sábado, 12 de junho de 2021



MULHER SELVAGEM

ARQUÉTIPO FEMININO POR NATUREZA

GRUPO NOVO

Através da ação terapêutica de Contar Histórias, vamos juntas desvelar questões próprias do universo feminino.

Em um mundo onde os valores prevalecentes são masculinos, precisamos redescobrir nossa verdadeira essência feminina, pois grande parte dela foi “domesticada” a fim de sermos aceitas neste contexto dominante.

Utilizando vivências, cantos, danças e trabalhos manuais, terapêuticos e lúdicos, iremos resgatar e re-significar nossa mitologia pessoal e os anseios mais íntimos e sinceros da alma feminina.

Criaremos um espaço sagrado propício ao auto-conhecimento e a partilha de nossas experiências e sonhos.

Nos conectaremos com o arquétipo da Mulher Selvagem a fim de ativá-lo conscientemente, beneficiando a nós mesmas e à todo nosso gênero ao mesmo tempo que integramos um modo mais autêntico e feminino de estar no mundo.

Quinze encontros inspirados no livro “Mulheres que correm com os Lobos”. Esta modalidade é o curso tradicional, agora também temos  Grupo de Estudos. Entra em contato para saber mais!

VAGAS LIMITADAS!

Confirma tua participação. Te aguardamos.

Grupo Circular: pode-se ingressar durante sua evolução até o XII encontro e recuperar em outro grupo.

Facilitadora: Margarita Delia Mouriño / Gita


Contato com Margarita: (51)30265223 ou WhatsApp (51) 81848044


E-mail: gita.om@terra.com.br e mourinomargarita@gmail.com

Alguns depoimentos de quem fez o curso:

"Ótimos cursos, que ajudam no processo de autoconhecimento. O curso Mulher Selvagem aborda questões sobre o feminino que nos fazem entrar em contato com as nossas próprias questões em relação ao feminino e ao que é ser mulher nesta sociedade atual. Me ajudou muito, também o trabalho em grupo pois nos sentimos acolhidas. Ambiente excelente e facilitadora que trabalha com seriedade e competência junto aos seus alunos".
Ci - Analista de sistema - 38 anos. 

"Estes cursos me ajudaram a me conhecer melhor, tomar consciência de meu poder como mulher. Quando fiz Mulher Selvagem estava atravessando um período difícil e consegui atravessá-lo com segurança e confiança pois cada vivência me dava força para seguir enfrente. Obrigada!"
Mirta - Professora aposentada - 69 anos. 

"Posso afirmar que tenho recebido muita ajuda, pois o trabalho vivencial em grupo é maravilhoso, só tem a acrescentar em meu autoconhecimento. Também o grupo de Constelações Familiares, do qual recorro muitas vezes, é de grande valia nos meus laços familiares. Só tenho a agradecer e recomendo".

Wena - Servidora Pública aposentada - 61 anos. 


"Há dez anos atrás eu estava buscando um trabalho terapêutico, porém, não achava nenhum lugar onde sentisse confiança. Foi quando soube do grupo de Mulher Selvagem e do trabalho de resgate do feminino conduzido pela Gita. Posso dizer que todos (os trabalhos) são muito interessantes e eficientes. Além disso, a facilitadora atua com muita competência, dedicação, profissionalismo e seriedade. Certamente recomendo e faço votos para que muitas pessoas possam se beneficiar destes trabalhos que nos tornam pessoas mais inteiras e realizadas. 
Déia - Produtora Cultural - 40 anos.

"Espaço que trabalha o feminino com a Mulher Selvagem, Fases do Feminino e Travessia da Consciência (grupo fechado de aprofundamento) há anos. (Participo desde 2003). A abordagem transcultural e transdisciplinar, a experiência e a dedicação da facilitadora, mostram a seriedade e competência (do acompanhamento) na transformação pessoal".
Sol - Enfermeira - 51 anos. 

"Venho participando dos cursos desse Espaço desde 2003. Primeiro fiz Mulher Selvagem e as Fases do Feminino. Buscava conhecimentos para melhor entender meus conflitos e anseios internos como mulher, mãe, amiga e profissional também. Atualmente faço Travessia da Consciência. Hoje posso afirmar, com certeza, que valeu a pena e que é através do autoconhecimento que nos conduzimos a viver plenamente e mais feliz. Grata".
Ge - Administradora - 51 anos. 

" Venho participando dos grupos coordenados pela terapeuta Margarita desde 2008. O trabalho desenvolvido com a Mulher Selvagem, Fases do Feminino e Travessia da Consciência (que estou cursando) me ajudou a trabalhar a flexibilidade (inclusive mental), o centramento, a resgatar questões do feminino, a reverenciar meus antepassados, a desvendar minha essência, a experienciar a presença do divino.
Venha participar".
Maria - Servidora Pública Aposentada - 73 anos.

Devido à pandemia , estamos em recesso, sem encontros presenciais... 

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Extraído do belíssimo livro de Clarissa Pinkola Estés, "Mulheres que correm com os lobos".

Introdução

Cantando sobre os ossos

A fauna silvestre e a mulher selvagem são espécies em risco de extinção. Observamos, ao longo dos séculos, a pilhagem, a redução de espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina. Durante longos períodos ela foi mal gerida, à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens. Há alguns milênios, sempre que lhe viramos as costas, ela é relegada às regiões mais pobres da psique.

As terras espirituais da Mulher Selvagem, durante o curso da história, foram saqueadas ou queimadas, com seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros.

Não é por acaso que as regiões agrestes e ainda intocadas do nosso planeta desaparecem à medida que fenece a compreensão da nossa própria natureza selvagem mais íntima. Não é tão difícil compreender porque as velhas florestas e as mulheres velhas não são consideradas reservas de grande importância. Não há tanto mistério nisso. Não é coincidência que os lobos e os coiotes, os ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes. Todos eles compartilham arquétipos instintivos que se relacionam entre si, por isso, têm reputação equivocada de serem cruéis, inatamente perigosos, além de vorazes.

Minha vida e meu trabalho como analista junguiana e cantadora, contadora de histórias, me ensinaram que a vitalidade esvaída das mulheres pode ser restaurada por meio de extensas escavações "psiquico-arqueológicas”, e, através de sua incorporação ao arquétipo da Mulher Selvagem, conseguimos discernir os recursos da natureza mais profunda da mulher. A mulher moderna é um borrão de atividade. Ela sofre pressões no sentido de ser tudo para todos. A velha sabedoria há muito não se manifesta.

O título do livro, Mulheres que correm com os lobos, mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meus estudos sobre a biologia de animais selvagens, em especial os lobos. Os estudos de lobos Canis Lupus e Canis rufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.

Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem.

No entanto as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor que os seus detratores. Foram alvo daqueles que preferiam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique, erradicando o que fosse instintivo, sem deixar que dele restasse nenhum sinal. A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente.

Foi por aí que o conceito do arquétipo da mulher Selvagem primeiro se concretizou para mim: no estudo dos lobos. Estudei também outras criaturas como, por exemplo, os ursos, os elefantes e os pássaros da alma - as borboletas .As características de cada espécie fornecem indicações abundantes do que pode ser conhecido sobre a psique instintiva da mulher.(...)

Chamo-a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a la puerta, a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher. Llamar o tocar a la puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta. Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras selvagem e mulher intuitivamente.(...)

Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma instintiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora selvagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.

Portanto, o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle, mas em seu sentido original, de viver uma vide natural, uma vide em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, mulher e selvagem, fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver.

O arquétipo da mulher selvagem pode ser expresso em outros termos igualmente apropriados. Pode-se chamar essa poderosa natureza psicológica de natureza instintiva, mas a Mulher Selvagem é a força que está por trás dela.(..mesmo a mulher presa com a máxima segurança reserva um lugar para o seu self selvagem, pois ela intuitivamente sabe que um dia haverá uma saída, uma oportunidade, e ela poderá escapar.).(...)

A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino.

Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar do oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana. Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade.

Ela implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso corpo com segurança e orgulho independente dos dons e das limitações desse corpo, falar e agir em defesa própria. Estar consciente, alerta, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inato às mulheres, adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.(...)

E então, o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como da tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto. Ela é a base. Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida."